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Essa rua tem sentido único...

  • Foto do escritor: Teatro Dori
    Teatro Dori
  • 16 de jun. de 2024
  • 3 min de leitura

Lembro do dia que nos chegou o convite pela Kamila, foi terça, era um dia chuvoso e o susto: "Sobre Caixas" ia circular. Não sabíamos a proposta, como seria, qual o tempo... "Sobre Caixas" ia circular.

O sim veio, as coisas se articularam, a equipe se juntou, produção, contrato, contatos, ensaio, muita chuva e dor lombar. Ninguém conta os bastidores e esses são sempre os que mais ensinam... as apresentações normalmente são o resultado de um caminho percorrido antes, do abrir dos olhos, das experiências, dos encontros... a soma de tudo que chega antes do "vamos abrir".


Saímos de Rio do Sul num dia chuvoso, de neblina e muitas horas de estrada. Chegamos em Chapecó. E lá, um público quentinho, acessível, o Luis que nos recebeu e deu toda ajuda no teatro. O Cláudio muito solícito fez lindos registros que nos enviou depois.


Numas tantas horas olhando a via que atravessava o hotel, nos demos conta. Estávamos na estrada rodando com o "Sobre Caixas", esse espetáculo que cresceu em ninho, tempo, espera, ajustes e desajustes... das memórias que permearam e caminharam conosco por essas cidades todas.


Concórdia também em chuva, num hotel que dava de frente pro edifício denize, onde ficamos criando histórias das pessoas ou coisas que permeavam aquele espaço. A Fátima nos recebeu com sua presença leve, com uma equipe técnica super gentil e nos colocou naquele teatro ninho, de plateia ninho... momentos de tantas trocas.


Lages foi no domingo, teve o Ricardo, a Amanda e o Robson, teve amigos inseparáveis na plateia, teve relato de proibição de comer doce e teve chuva de novo. Essa mesma que nos fez partir de volta para Rio do Sul e dormir em casa. Uma vez que a cidade passava novamente por outra enchente. Menor. Ainda enchente. Dormimos em casa e seguimos no dia seguinte para Florianópolis.


Em Floripa, nossa terra da magia, fomos recebidos no Teatro do Sesc Prainha pelo Glauber, que colocou tudo no lugar e nos contou suas memórias de Salvador, compartilhou o sotaque e o apreço por música. A Camila nos recebeu com um sorriso bonito e um abraço. Na plateia teve gente conhecida, dizendo daquilo que a gente não sabe mesmo conhecendo. É tão massa estar entre os nossos também, né? E também é massa estar entre os que passam a ser nossos nesse campo fértil do teatro.


Na cidade seguinte, nossa diretora, Sandra Coelho, nos visitou no camarim... mas antes fomos recebidos pelas queridas Malu e Débora do Sesc Itajaí, que nos apresentaram a equipe técnica e nos deixaram a vontade.

A Sandra, quando da visita, além de todo carinho e olhar atento com a gente, nos presenteou com um pensamento, dizendo desse lugar, desse preparo de terreno, desse espaço aberto de memórias, com as memórias, para as memórias do "Sobre Caixas" e de todos que com ele se encontra. Levamos isso no coração e ampliamos nossa vista. Não posso deixar de dizer que minha avó de 92 anos foi assistir, junto de um casal de tios. Foi tão legal ouvir as histórias partilhadas naquela noite.


Em Joinville o Erick, animado e solícito, e o técnico Raphael já estavam por lá! Montamos o espetáculo num dia ensolarado, com um publico tanto quanto. Muitas memórias, trocas, relações. Tantos olhares, gente acesa, disponível, um público em sua maioria adultos. Foi lindo!


No dia seguinte, Jaraguá do Sul! Um lugar que sempre remete ao Festival de Formas Animadas... aprendizados... intercâmbio...

A Jaque nos alegrou com sua presença, Daniel nos contou que toca contrabaixo e o publico veio para completar nossa gratidão. Afinal, era a última. Vivemos todos esses dias bem. Sem nenhuma intercorrência.

E lá encontramos mais um tanto de gente, que veio ao teatro naquela noite de sexta-feira. Assim como em Jaraguá, muitas pessoas vieram conversar depois, contar das suas coisas, partilhar preciosidades.


Há muito para agradecer!


Nesses dias todos tiveram Doras, Fernandas, Samuéis, Adrielles, Stephanes, Joshuas, Lauras, Nices, teve Lucianos, Irenes, Guidos, Mercis, Gabrieis, Paulas, Josés, Janines, Antônios, Guilhermes e mais um monte de gente que não perguntamos o nome mas gostaríamos muito de ter sabido.

Teve quem queria levar as caixinhas embora, quem entrou embaixo do cenário, quem escreveu e deixou mensagem na máquina de escrever. Teve até criança vendo máquina de escrever pela primeira vez. Teve quem contou dos seus melhores amigos de infância, dos seus momentos preferidos no circo, dos medos, das proibições de mãe... Teve quem se entregou, quem só passou, quem...


Meu agradecimento, estendido pelos meninos Henrique, Rafael e Ruan, à todos e todas. Kamila e toda sua equipe de técnicos, à todas as pessoas que fizeram e fazem a arte acontecer por meio do Sesc Santa Catarina, aos nossos familiares e amigos, pelo incentivo, ajuda e estar sempre.


Minha (nossa) carinhosa e poética gratidão.


Seguimos!


Alguns registros para contemplar:








 
 
 

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